terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Das coisas de ser jovem:

Ok, é legalmente capaz de tudo, mas na pratica nem sempre é assim. Você pode muito, mas não tudo; Mesmo sendo capaz, as pessoas não te debitam o crédito por ser muito novo e inexperiente. Todos te cobram comportamento de gente grande, mas te tratam feito criança. E aí, é claro, vai agir como criança. Quando os limites não são claros, cada um interpreta da forma que melhor lhe convir.
A sociedade é indulgente. Acho que mais que no resto do mundo, o brasileiro é acomodado. Em outros lugares com 18 anos ninguém mais mora na casa dos pais e tem que se virar realmente sozinhos. Aqui continuamos morando no mesmo quarto até encontrar outro alguém pra partilhar a vida, independente se isso vai acontecer com 20, 30 ou nunca. Sem falar nas vezes que o filho se muda e constrói uma casa “própria” no quintal dos pais ou se casa e vai morar no mesmo quarto onde sempre esteve.
Com 10 anos uma criança já sabe o que é certo e errado. Em outras civilizações com 14 anos o menino já era considerado um homem com todos os direitos e deveres. Hoje só ficam com os direitos. 
E é nessa fase desacreditada e despreocupada, 17, 18 anos, que você escolhe aquilo que será seu arrimo pra vida; todas as maravilhas de ser adulto lhe são ofertadas abertamente, indiscriminadamente, com a transigência e irresponsabilidade de ter pouca idade. 
Então se forma e tem que arranjar um emprego não tendo experiência e já não depende financeiramente dos pais; daí tadam virou gente grande. Como se dormisse com 20 anos sendo irresponsável e acordasse na manha seguinte magicamente sendo um adulto. E isso é indizivelmente injusto e cruel com qualquer pessoa.

Todos aqueles anos que o mundo foi indulgente e deixou de cobrar a responsabilidade e de acreditar na capacidade só serviram pra fazer da criança um jovem adulto irresponsável e pouco crente em si mesmo.  Às vezes esse jovem adulto vai amadurecer, não com 20 e sim com 30 ou
40 anos. Outras vezes ele pode se acomodar e brincar de trabalhar, de criar família, mas sem nunca realmente crescer e criar os valores que lhe deveriam ter sido dados quando novos.