sábado, 13 de agosto de 2016

Sobre tentar chegar aos 30!

E agora José??
Os vinte são ótimos (realmente ótimos), mas vêm cheios de cobranças. E não são só as dos pais, escola, curso ou faculdade. São as suas cobranças consigo. Acho que essas são as melhores e as piores que podem existir.
Assim que chegamos aos últimos períodos da faculdade, durante as matérias práticas vemos como a teoria faz sentido e como realmente não sabemos nada. Daí saímos da faculdade e ganhamos a certeza de que realmente não sabemos nada e aquilo tudo que aprendeu por anos foi só o início.
Quando eu tinha meus 16/18 e estava saindo da escola tinha dois profundos pavores. Um de ter que estudar eternamente e continuar com a tensão de provas. E outro de virar apertadora de parafusos bitolada, ou super especialista num só assunto.
Já fornada vem a obrigação do trabalho. Já trabalhando a obrigação da especialização. 
E advinha o que eu descobri (e foi realmente uma descoberta, com direito à várias exclamações)?! Essa parte da vida nunca acaba! Você estuda, fica boa naquilo e percebe que aquilo é só o começo(de novo)! Que você nunca mais vai poder parar (bem, poder pode, somos livres; mas se parar vai parar também de evoluir). 
Entre as descobertas mais incríveis dos vinte e tantos tem a de que eu não quero parar de estudar. E que as tensões de prova se apresentam de formas diferentes. São provas do cotidiano, um caso mais difícil, algo que esquecemos  ou uma dúvida que aparece com a prática.
E a outra descoberta assustadora é a que sim, se queremos ser bons em alguma coisa vamos, inevitavelmente, virar especialistas.
Eu até tenho interesse por várias áreas, mas se me dedicar à todas ou não vivo mais pra nenhuma outra coisa que não estudar ou me tornarei rasa em todos os assuntos, uma grande e superficial conhecedora de várias coisas ( que é mais ou menos a mesma coisa que nada).
Mas a maior surpresa pra mim foi descobrir que não tenho muita opção, a não ser ser egoísta e pensar mais em mim do que na opinião dos outros.
Esse ano que ainda não acabou eu já surtei. Física, mental e emocionante. Surtei tentando atender à demanda de tudo e todos.
Me iludi achando que eu teria, ao mesmo tempo, excelência em todos os meus trabalhos, nas especializações, na vida social, convívio familiar, trabalho voluntário, hobbys e que ainda me restaria tempo para cuidar de mim mesma e descansar. 
Não aguentaria mais um ano saindo às 6 e chegando às 22 todos os dias de segunda à segunda.
E na realidade não dou conta de tudo. Estou anos luz de distância de ser a mulher maravilha que aguentaria tudo isso. Estou, em todos os sentido possíveis da palavra, exausta. Não fui ao cinema, não fui no salão, não acampei, não estive com minha tropa (poucas pessoas entendem a dimensão que é ter que abandonar os meus jovens e meu grupo), não acordei tarde mais que dois dias esse ano, ... Foi um ano que abri mão de tantas coisas que eu queria fazer por prazer em detrimento das que eu quero fazer por que julgo importante para o meu futuro profissional.
Acompanhando o sacrifício das escolhas e renúncias ainda vêm as cobranças.
Familiares sempre querem que estejamos trabalhando, a sociedade inteira torna mais aceitável e dentro dos padrões os indivíduos com bons empregos. Mas ao mesmo tempo também te cobram presença em casa e convívio em eventos sociais. E todos julgam suas escolhas. Inevitavelmente, a cada passo que dou e escolho uma coisa em detrimento de outra, dou menos atenção à alguém ( inclusive eu) ou à algo que eu gosto. Se esforçar em tudo o tempo todo também cansa.
Agora entendo claramente que se não trabalharmos e estudarmos aquilo que amamos nunca teremos forças para tantos sacrifícios.
Ter mais ideias, mais amigos, mais projetos, mais eventos, mais sono, mais atividades do que tempo para fazermos é uma crueldade enorme. 
Não serei aquela pessoa que estuda mais pra ganhar mais pra ter que gastar mais e trabalhar mais; por isso presto muita atenção para não ficar correndo na rodinha de ramster sem consciência do que estou fazendo e porquê.
Eu, do alto do meu 1,80m de altura, realmente não fazia ideia do quanto é difícil se torna gente grande.

terça-feira, 12 de abril de 2016

70 anos de GESFA

O Grupo Escoteiro São Francisco de Assis completa esse ano 70 anos de existência. São 70 anos de histórias; já superamos diversos problemas; mas também já tivemos muitas conquistas. 
E a maior de todas as conquistas foi chegar até aqui, com um grupo grande e cheio de disposição pra seguir fazendo um bom trabalho. Com novos e antigos membros.
E por isso só tenho a agradecer a todos que escolhem todos os sábados estarem com o grupo em detrimento de qualquer outra atividade. Principalmente aos adultos do grupo que fazem o grupo a cada dia. Porque um grupo forte, unido é capaz se constrói no dia a dia na sede.
Chegamos até aqui como família. Onde tudo funciona porque cada membro faz o seu melhor possível, dentro do seu limite, para crescermos juntos.
Por esse motivo julgo que mais importante do que prêmios, materiais ou mesmo uma sede são os integrantes. Todos devemos ser gratos pela contribuição de cada integrante. Do lobinho ao pioneiro, do assistente ao presidente. Somos todos peças de uma grande engrenagem, e se uma peça quebra a máquina não funciona direito. 
Todos os momentos são especiais. Sempre tem algo acontecendo. E tudo vale a pena. Em todos os momentos, ou curtimos ou aprendemos.
É cada mudança, mesmo que pequena, na vida de um componente do grupo já é importante. Já é o bastante para continuarmos fazendo nosso trabalho. 
Devemos então pensar na promessa que fizemos; lembrar todos os momentos, principalmente os difíceis, o que ela representa em nossas vidas! 
Pensar na pessoa que queremos ser. E no comportamento que devemos ter para conseguir isso. 
Porque estamos aqui!? Porque escolhemos esse modo de vida!? O que nos move!?
Deveríamos sempre refletir sobre essas perguntas.