quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Banho.


Caro leitor, caso haja algum além da minha mãe (isso se ela achar o endereço do blog). Hoje é um dia daqueles em que fico triste demais pra manter alguma dignidade ou os meus sentimentos confortavelmente ocultos. Mandei o comedimento pros ares e estou prestes a usar meu blog como muro de lamentações, desde já me perdoem.
Noutro dia estava me sentindo muito sozinha e escrevi uma mensagem muito sugestiva e provocativa e então fiquei encarando-a, não soube a quem enviar.
Hoje estava carente e queria conversar, queria um colo, um carinho, um abraço e de novo fiz uma mensagem e de novo não soube pra quem mandar. Liguei para uns três amigos, que não atenderam, só podia ser uma dica nada sutil pra não desatar a falar.
Então peguei uma garrafa de vodca e enchi a banheira e fui afogar minhas magoas sozinha.
Bêbados têm uma coragem idiota, não é? E lá vamos nós novamente às mensagens. Escrevi outra. Dessa vez falando pro meu ex enfiar as esperanças dele num saco e não nos falarmos por um tempo. Ele me respondeu de forma seca, grossa e fria, do mesmo modo que eu havia falado com ele.
Foi um fora carregado de mágoa. Triste.
Sabe o que mais me dá medo? É que num dia infeliz eu escutei num filme que só amamos uma vez, só somos amadas uma vez e que só os muito sortudos são amados pela mesma pessoa que amam. Acredito muito nisso. Acredito também que já amei certo indivíduo e já fui amada também por outro. E agora não consigo deixar de me ver sozinha aos 60 sem nunca mais ter tido ninguém que me ame.
Pelo menos beber, tomar banho de espuma, escutar música e escrever amenizam o desespero.
Mas ainda assim hoje tudo parece tão impossível pra mim.
Uma coisa como amar parece tão inapropriado pra mim.