quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Cinza

Tem dias que simplesmente são cizas.
Sem cor, sem graça, sem vida.
Sem energia, sem emoção, sem felicidade.
Sem vontade, sem soluções, sem carinho.
Tem dias que o cansaço e a rotina pesam.
Dias que fazer só o de sempre não é tão divertido.
E você não acha saída pra isso;
Não pode fazer nada pra se sentir melhor, afinal, não tem tempo pra isso.
Nesses dias os comentários e as brincadeiras te afetam mais.
E então o que já não estava bom piora.
Uma vez por mês essa vastidão de cinza se chama TPM, das outras vezes não sei como chamar.
Talvez solidão, que se instala quando a gente está no meio da multidão?
Talvez uma tristeza sem um único motivo?
E minha criação me obriga a ser feliz.
A maior parte do tempo funciona (ainda bem).
Mas na menor parte do tempo, quando a tristeza se instala no cantinho do peito, me sinto incrivelmente culpada.
Afinal, tenho muito pelo que agradecer e muitos motivos pra ser feliz enquanto tanta gente com mais problemas do que eu lida bem com eles.
No fim das contas me sinto uma pessoa fraca e fico ainda pior. 
Às vezes sinto que soo errada. Como um erro de fabricação!!!
Algo doído fica resonando dentro do peito, incomodando igual um espinho; e colocando minhocas sem nomes na cabeça. Daí estou triste, pareço triste mas não sei exatamente porque.
Não sou muito dada à esse tipo de texto, mas é o que tem pra hoje.

terça-feira, 15 de julho de 2014

I'm a grown woman!?!

Em que momento eu pisquei e eu e minhas amigas viramos 'gente grande'?

domingo, 6 de julho de 2014

Não porque faça sentido; Mas porque gosto do texto no meu TCC nota 9.8!

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE MEDICINA
CURSO DE FISIOTERAPIA
EU 
 
­­­­­­Prevalência de Lesões nos Atletas do Clube de Orientação da UFRJ
Uma experiência do Campeonato Sul-americano

RIO DE JANEIRO
2013
 

AGRADECIMENTOS
       Apesar de não considerar agradecimentos nada além de rasgação de seda completamente dispensável e apenas integrante de trabalhos acadêmicos por mero protocolo, no momento sinto-me absolutamente impelida a seguir a grande massa e cair na pieguisse socialmente incentivada de também explicitar meus sentimentos de gratidão.
            Uma idéia de nada serve sem pessoas para colocá-la em prática. Então meu grata, grata, gratíssima às minhas companheiras de projeto que deram vida à idéia do OriFisio.
            De nada serviria esse projeto sem o suporte do professor José Maria, responsável pelo COUFR, que, mais do que nos permitir trabalhar com a equipe foi, desde o início, nosso maior incentivador. Muito obrigada por estar sempre ao nosso lado.
            Mesmo com tudo esquematizado não chegaríamos a lugar algum sem alguém para nos guiar através de nossas inexperiência e ignorância. Muito obrigada professor Julio Guilherme por nos adotar e guiar nessa empreitada.
            E principalmente, à Marina Dib, muito obrigada por parir junto comigo esse projeto. Graças à sua força, paciência, persistência e principalmente amor por ser orientista e fisioterapeuta não desisti dele todas as muitas, muitas, muitas vezes que alguma coisa dava errado.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

96



E então?

Nasceu no fim da primeira guerra, em Agosto de 1917. Num vilarejo chamado Silvalde, perto de Espinho, em Portugal.  A quinta de nove irmãos.
Trabalhou em uma fosforeira e uma fábrica de sardinhas. Aos 13 anos sonhava em se casar.
Veio para o Brasil no fim da segunda guerra, em 1945.
Trabalhou em casa de família. E depois montou uma quitanda no centro de Niterói, onde passou a maior parte de sua vida.
Manteve-se sempre voltada para sua fé.
Deu a luz a uma linda menina de cachinhos dourados e olhos azuis que, por erro médico, nasceu morta. Deu a luz a uma segunda menina. Foi traída e abandonada. Nunca casou.
Ela era a verdadeira Senhora Coração de Pedra. Dura, forte e fria.
Passou os últimos dez anos acamada.
Nunca reclamou de nada. Sempre agradeceu por tudo.
Gostava de praia, música, piadas, estórias. Gostava do ursinho de pelúcia que ficava na minha cama e do enfeite da cortina. Amava flores. Mas quase nunca se permitia gostar.
Tinha um jargão pra cada situação, quase todos ácidos!
Era apaixonada por meu pai e meu irmão.
Sempre estava disposta a fazer o que fosse pra melhorar.
Amava comer.
Era a última dos nove irmãos.
No fim de maio ela começou a ficar mais quietinha, coração fraquinho, pulmão cansado. Foi internada, passou 10 dias no hospital e no dia 1º de junho se foi.


E fim.

domingo, 27 de abril de 2014

Só.

                Hoje somos jovens, estamos construindo nossas vidas e temos muitos programas pra escolher, sociais, escaladas, cursos, aulas, namorar, festas...
                E quando formos velhos, não tivermos mais tantas atividades pra fazermos juntos e tivermos só o juntos pra nos contentar?
                Tenho medo de só eu não ser suficiente.

sábado, 26 de abril de 2014

Amordernidades


                Os relacionamentos hoje, assim como tudo, estão se globalizando. Você não tem mais um relacionamento entre duas pessoas, toda sua lista de amigos participa.
                O primeiro passo é mandar muitas indiretas, frases soltas nas mídias sociais e com quem colar colou.
                Depois convidar alguém pra sair. Mas isso já não significa só sair pra fazer alguma coisa, sair e não dar uns amassos é quase considerado crime de propaganda enganosa. Sair pra curtir a companhia é coisa do passado. Estamos na era do sexo casual. Essa é a era do estar saindo, mas não namorando. E aí quando acontece uma traição (e sempre acontece) uma das partes fica triste, mas não tem direito de expressar, afinal, não estavam de fato juntos!
                Mas aí ... Chazam! Você troca seu status de solteira para em um relacionamento sério no facebook e espera as curtidas!
                E trocam mil mensagens lindas, mostram pros amigos, mas ao vivo não trocam metade das palavras gastas no texto.
                Nesse momento começa uma briga de ego e/ou autoproteção interminável. Hoje não é mais bonito ser sincero, estar apaixonado e entregue ao que se está sentindo; o bonito é fazer a fina e fingir que não liga, se importar menos é ter o poder! É ser o play 1 do relacionamento. Hoje é comum não responder intencionalmente. Pra não parecer muito interessado, como se isso fosse ruim. E aí você vive com a eterna dúvida: “ele não demonstra porque não gosta ou porque finge não gostar?”.
                Comunicação é por mensagem de texto, whats App, imbox, ..., adeus telefone, nunca sonhe com cartões e cartas Essas coisas pertencem ao passado! Afinal, voz, emoção e intimidade não estão na moda.
                Até o adultério e o ciúme são cibernéticos! Não precisamos mais sair de casa pra trair. É só entrar no facebook, mandar uns imbox, curtir umas fotos a mais, dar uma cutucada e pronto.
                Essa é a geração do amor terceirizado. Quer mostrar pro mundo que está apaixonado vai numa página de frases, músicas e fotos bonitas e compartilha, as vezes nem precisa colocar o nome do amor, fica em aberto, pra quem colar colou.
                E nesse momento têm duas saídas.
                Ou casam-se, fazem uma festa linda e logo postam mil fotos do casamento, as alianças viram a foto de capa, foto de vestido vira a foto do whatsApp e ele com os padrinhos de smoking e charuto vão direto pro Instagram antes do “enfim sós”.
                Ou então passam um tempo entre trocas de status e eventuais cantadas dos “amigos” de plantão que geram mais trocas de status pra enfim chegarem ao fim.
                E pra terminar um relacionamento também não é muito diferente, escreve-se um texto e envia, com uma carinha triste no fim. Assim, sem voz embargada, sem lágrimas, sem emoções. Tudo bem impessoal, como todo resto do amor moderno.
                Depois é só postar umas fotos sorrindo, umas alfinetadas, confirmar presença em todos os eventos e baladas e pronto. Esse é o ciclo de um relacionamento moderno.

                Cada dia mais gosto de ser uma garota à moda antiga!

terça-feira, 8 de abril de 2014

Sala dos cristais



             Assim que chegam os 23 chega junto a crise do quarto de século. Vêm exigências, expectativa e a enormidade do peso de ser responsável por seu destino, sua própria vida e felicidade.
“Até os 30 tenho que:
·         Ter minha casa própria e ela deve ser igual ou melhor do que a atual;
·         Estar casada;
·         Estar estável em um emprego que me faça feliz;
·         Ter planos para os filhos;
·         Ter a minha pós;
·         Estar em boa forma física;
·         Ter hábitos saudáveis;
·         Receber um lindo e brilhante salário pra conseguir manter todos os itens anteriores.”
            Com 24 todos esses objetivos parecem muito distantes e impalpáveis. Ainda são peças feitas de areia esperando pra virar cristais.
É tenso e um pouco desesperador pensar que dentro de 5 ou 6 anos temos que fazer a vida acontecer! São muitas coisas! Precisaria de várias vidas pra alcançar o sucesso esperado em todos esses aspectos.
E o mais legal é quando você, no meio da famigerada crise, decide se abrir e conversar com alguém e esse maravilhoso alguém fala: “Mas tudo isso só depende de você” e depois lembra mais outras 8 000 coisas que você ainda tem que alcançar. Se estou no epicentro da crise foi justamente porque tomei ciência disso! Mas como a vida não é uma linda fábrica de sonhos, com unicórnios e fadas, sempre tem um macaco louco que entra pra fazer rodinha punk com rinocerontes na sua sala de cristais de esperanças.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Oito pedidos:


      
Agora que 2014 vai começar de verdade, aqui vão  meus pedidos:

  • Saúde.
  • Pessoas que saibam andar na rua.
  • Pessoas que saibam andar na rua, principalmente durante a chuva.
  • Extinção do som alto em espaços públicos.
  • Afastamento dos seres irritantes que só sabem falar alto no celular. Ou pior, pessoas que falam alto e errado no celular.
  • Pessoas que reconheçam ironia e sarcasmo.
  • Paz e harmonia.
  • Senso de humor.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Mais impressões


                Hotéis luxuosíssimos nas cidades e um incomensurável espaço vazio entre elas com eventuais vilas de 10, 20 casas de pau a pique com três meninos no quintal, uma mãe agarrada a um menor um ou outro animal e um pai provavelmente trabalhando fora das vistas.
               Vegetação rasteira e muitas, muitas, muitas palmeiras. Açaí, que lá é juçara, buriti, coco, babaçu e carnaúba. O melhor suco que já provei: bacuri, que é branco com o sabor entre o cupuaçu e a lichia, delícia líquida.
                Água verde e quente, um horizonte interminável. Ondas pequenas e incensáveis. Pó de mica fazendo a areia parecer pó de ouro brilhando com o sol. Areia fina. Dunas. Areia e areia por todos os lados. Rios de águas azuis, marrons e pretas. 
                O sol, no fim do dia, mergulha na imensidão de água, colorindo tudo de rosa, vermelho e laranja, diferente do sudeste, que o sol se esconde nas montanhas.
                Um vento que não para de soprar e cantar por todas as brechas e reentrâncias.
                Cachorros, pássaros e jumentos no meio da rua.
                Jangadas são as precursoras SUP.
                Pessoas simpáticas, prestativas e feias, em sua maioria. Pessoas sem vergonha de seus corpos, pessoas que não inspecionam os corpos alheios com olhares julgadores. Pessoas sem maldade. Uma sinceridade assustadora e sem pudores pra falar de si mesmo ou dos outros, seja bom ou ruim. E pessoas que não ficam melindradas com a sinceridade alheia. 
                Sotaque lindo, charmoso, com várias palavras exclusivas, uma implicância inexplicável com a concordância verbal.
                Vendedores nas ruas, nas praias, nas calçadas, lojas, centros de artesanato, shoppings, feiras... só manter contato visual por meio segundo que param três do seu lado. Total despreparo do turismo.Ninguém aceita cartão!