quinta-feira, 21 de maio de 2015

Receita do dia

Como me tirar do sério? A receita é bem simples.

Só dizer: Raíssa, depois tenho que falar com você. Simples, né?!
Então me faz pensar em toda e qualquer forma que eu posso ter magoado ou irritado aquela pessoa. Fico aflita, tensa e triste. 
Em geral gosto de me considerar uma pessoa boa e zen; não tem quase nada que me irrite ou mexa com meu humor, mas isso realmente me ferve.
E o que é pior, todos que me conhecem sabem disso. 
Logo, só posso supor que se fazem isso comigo é intencional e por pura maldade.

Quem dança a alma descansa.

Dançar? 
Adoro!
É um dos poucos momentos em que me sinto leve, feminina e atraente. A cabeça esvazia, fica tranquila.
O corpo todo vaga ao som da música, o cavalheiro só te conduz, direciona seu corpo montando a sequência de passos. 
Gosto da musicalidade que um corpo pode ter pra se embalar de acordo com cada batida da música. É como se cada movimento interpretasse um acorde. E dois corpos entram em sintonia e funcionam como um.
Adoro girar e ver o mundo passando. Me dá vontade de sorrir e cantar durante a música inteira. 
Danço desde sempre. Dançar é, na maior parte do tempo, empírico. Não tenho que pensar no movimento que vou fazer, na direção que tenho que ir ou em qualquer outra coisa. É só sentir a música e sair dançando. Sentir a condução e seguir. Confiança, intimidade pra conhecer os comandos do corpo do parceiro e cooperação. É fácil fazer grandes amigos ou se apaixonar no ambiente da dança. É um convívio muito agradável e despreocupado em geral, claro que sempre tem um ou outro azedo, mas não é frequente, graças à Odim. 
A dança tem vários pontos positivos; é democrática. Qualquer um pode dançar, qualquer idade, tamanho e cor; basta sentir a música. Não é uma parada cara. Não tem exageros de bebida, afinal, ou dança ou bebe, os dois não dá. Promove saúde, mental, social e física.

Meu corpo simplesmente se balança com a vibração de uma boa música, minha mente não sabe explicar porque amo tanto dançar. Daí perguntei pra uns amigos da dança e descobri muitas coisas...

"Quando a gente  n consegue explicar a gente  responde...pq sim."

"Vc fica grudado em outra pessoa, possivelmente cheirosa, ouvindo musica boa." 

"É porque a música ativa neurotransmissores relacionados à percepção de forma e métrica e isso (simetria) está relacionado à beleza no reino animal. Tendo a música o status de bela, gera sensação se bem estar e libera endorfinas.
O corpo se movimentando compassadamente produz estados de consciência alterados, tal qual um transe.
E isso gera novamente sensação de bem estar pela liberação de serotonina.
Quando se dança com um par, diversos feromonios são ativados como uma simulação de cortejo, e isso... err... Vcs entenderam." (Uau! 😱😳)!

No fim das contas não importa a razão, o negócio é que é maravilhoso dançar e ponto.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Grande jogo escoteiro 2015.

O grande jogo já foi muitas coisas; Técnico, conhecimentos gerais, social, ... Padrão ouro já foi sinônimo de conhecimento e perícia técnica dos jovens e seus chefes. Hoje acho que os padrões não significam muito em termos de escotismo.
Na verdade basta ter o mínimo de conhecimentos gerais, organização e entrosamento entre os componentes da patrulha e já está garantido o padrão. E digo o mínimo porque a avaliação nivela os jovens por baixo.
Então, no fim das contas, vários fatores influenciam; escola, educação, situação financeira, experiências de vida...
Classificaria essa atividade como medidor do espírito e entrosamento da patrulha, atividade de confraternização e de conhecimentos gerais. 
Entendo que o perfil dos jovens venha mudando e que o escotismo tenha que se adaptar. Talvez seja por isso tal mudança no perfil da atividade.
Adoro interagir com os jovens do meu ramo e ficar em base. É sempre uma boa oportunidade para avaliar o meu trabalho com os meia meninos e de quebra rever amigos.
Não significa que merecer padrão seja indiferente. É ótimo. Significa que os meninos são inteligentes, sagazes e interagem bem uns com os outros. Não necessariamente que são bons tecnicamente.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Depois de uma vida.

                   Ser chefe é pra mim o momento de sentimentos mais variados e ambíguos da minha vida escoteira. 
            Como chefe nada norteou mais minha boa vontade e minhas ações do que o exemplo de caráter de Kobould e de Cheong, o apoio emocional da Mell e o bem querer pela tropa. Essa foi, por muito tempo, minha cartilha, nada além disso.
            Então passei alguns anos retribuindo aos mais novos um pouco do amor que senti quando jovem. Inclusive cruzei com uns dois, seis ou dez jovens a linha que divide a camaradagem e aconselhamento da amizade e do amor. Éramos amigos e irmãos até a página dois, três, oito... 
            Seus sucessos me davam alegria plena e cada atitude menos virtuosa me geravam mágoas. Sempre tive medo de não ser boa o suficiente pra eles, tenho até hoje. Em qualquer situação, em qualquer lugar pensava: como posso agir assim e ainda me considerar uma boa chefe? Que exemplo eu estou sendo?! 
            Minha teoria de aplicação do método escoteiro nunca foi boa, pra dizer o mínimo. E a técnica prática vinha do tempo que passava no ônibus lendo o guia sênior. Isso por um tempo nem chegou a me preocupar ou me deixar descontente com meu serviço. Até um belo dia, num acampamento onde tudo deu errado, Ana Paula me fez o grande favor de me mostrar que tudo o que estávamos fazendo ali não passava de recreação. Foi uma critica que pra mim foi novidade e desconstruiu meu mundinho perfeito e me mostrou a lista infinda de erros que vinha cometendo.

            E quando procurei o Lavoyer, que era o cara com mais conhecimento técnico, pra me ajudar, ele com o máximo possível de doçura me mandou procurar o DT. Alguns problemas eu nem conseguia identificar como problemas pra poder pedir ajuda outros tentava resolver à minha maneira. Algo que me ajudou um bocado foi trocar experiências com Bruno ou Monica que têm anos de ramo e já passaram por muitas coisas.
            Cheguei a alguns bons resultados, inegavelmente! Aqueles jovens que entraram no dia do escoteiro da minha época de pioneira passaram a ser meus sêniores e guias. Jovens, diga-se de passagem, brilhantes, que me ajudaram tanto ou mais do que eu a eles. Qualquer pessoa bem intencionada teria feito um trabalho bom com eles, mas me encho de alegria de pensar que eu era essa pessoa. Mas sei que na verdade, quando eu cheguei grande parte do espírito escoteiro já estava arraigado dentro deles, graças ao Leo, Álvaro e principalmente Kobould. Hoje sei que se eu tivesse aplicado o mesmo programa que aplico agora com aqueles jovens eles teriam alcançado níveis estratosfericamente fodas.
            Depois chegou o Rômullo, incrivelmente prático e direto. E me mostrou, com uma dose extra de secura que o trabalho que estávamos fazendo era legal, cheio do componente afeto, mas pobre de técnica e principalmente objetivos educacionais. 
            Já tive mil oportunidades de desistir do grupo. Enfrentei o que pra mim foram grandes desafios para pertencer a esse grupo. Desfiz amizades por conta dele, discuti infindas vezes com meus pais por conta dele. Dediquei e dedico horas toda semana pra planejar e executar o que eu julgo ser o melhor possível para meus meninos.             
          Fiquei triste quando percebi que pessoas tão importantes para mim conseguiam me ver como uma pessoa egoísta que não pensa primeiro no grupo. Vi claramente algumas dessas pessoas duvidando das minhas intenções se afastando de mim. Outra coisa que me magoa muito é quando não consigo mostrar ao jovem que ele pode ser melhor e agir melhor. É bastante frustrante às vezes. Mas algumas famílias são mais complicadas do que posso lidar.
            Sempre que falo que ainda sou escoteira me perguntam o porquê. A resposta é tão simples; porque sei que fiz alguma diferença pra melhor na vida de alguns desses meninos e por isso já me dou por satisfeita. Sem falar que a companhia despreocupada deles me faz tão bem.
                 E hoje, 20 anos depois de ter ingressado no GESFA vejo que ainda tenho muito que aprender pra conseguir ajudar os jovens. Mas ver minhas crianças agora adultas do meu lado no corpo de chefes faz meu coração transbordar de alegria. Orgulho tão grande, que me dá a coragem que preciso pra não desistir.
            Esse ano decidimos mudar a abordagem e dedicar mais tempo para colocar o método 100% em ação. Coincidência ou não a tropa já está maior! Parece que as coisas estão fluindo. Reabrir outra patrulha e com a expectativa de logo reabrir mais uma me dá um ânimo incrível.
                Cheguei na tropa com 3 jovens, por um tempo fomos só eles e eu! E agora, cinco anos depois, somos eu com mais três formando a melhor equipe do mundo de chefes e mais 18 jovens!

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Peitos

             Adoro os meus!
            Sempre quis ter um corpo bonito, todo mundo quer. Bem, desejo ao universo ou genética o negócio é que acabei com um farto par de seios. É bom! Divertido, bonito e bacana.
            Mas nunca ninguém fala dos contras de tê-los. Consigo pensar em alguns...
            - Sutiã? Só daqueles mais caros, feitos sob medida, afinal todos os fabricantes pensam que se você tem peitos grandes tipo 46 as suas costas também são do tamanho das de um mamute. Ou uso top o tempo todo e acabo com a minha silhueta.
            - Qualquer blusa fica decotada, mesmo com 8/10 do peito dentro da blusa, o que sobra é suficiente pra matar um filhote asfixiado em um abraço. As roupas decotadas ficam obscenas e te fazem ser dois montinhos macios e ambulantes. E as largas te fazem parecer uma botija de gás, porque se apoiam neles e ficam dois metros à frente. E as blusas sociais de botão simplesmente não cabem. Tomara que caia é uma coisa super desconfortável.
            - Eles viram referencia pra você. "Ah! Fulana!? Aquela dos peitões!?". Ou apelidos, que raramente chegará a descobrir (por acaso soube que eu era o negoção em certo lugar). Até hoje detesto aquela música: te amo espanhola.
            - Já virei expert em comer coisas com o mínimo de farelo e pingos possíveis! Porque os dois juntos formam uma bandeja em baixo do meu rosto e absolutamente tudo que cai se perde lá dentro. 
            - Eles ocupam uma parte grande de mim, ou seja, são alvos em potencial; e uma pancada neles realmente dói.
            - São pesados, não que sejam caídos (ainda), mas mesmo assim, cada um pesa um kilo! Uma alcinha fina ou sutiã nadador fazem um estrago nos meus ombros no fim do dia; eu tenho costas fortes de tanto carregamento de peso que fiz ao longo desses 14 anos de convívio.
            - Eles vão cair. Mais cedo do que os pequenos. Tenho ciência disso e já me acostumei com a ideia de ter que fazer cirurgia.
                 - Um belo dia, eu com 11 anos, eles brotaram: shazam! Assim, do nada, do além eles vieram e já chegaram número 40! E então eu era uma gigante (já tinha 1,70m e poucos) com peitos gigantes mas continuava sendo uma pré adolescente retardada. Essa é uma péssima combinação. Péssima mesmo.
            - Chegam na minha frente em tudo e eu tenho que soltar todo o ar e fazer uma mega cifose na torácica para passar em lugares mais estreitos ou pra não roçar nas pessoas nos ambientes cheios.
            - Várias pessoas, desconhecidas ou não, perguntam se é silicone! E eu fico com cara de taxo. Umas perguntam já com a mão (ainda bem que é menos frequente)!
            - Mães: ficam com peitos 3x o tamanho original (tenho até medo de explodir nessa época) e elas têm que amamentar as crias em público! O mundo inteiro em volta olha. Inexoravelmente.
            - Falando em olhares, muitos XY não sabem lidar socialmente com peitos e conversam com eles ao invés de conosco, alguns esquecem que tem alguém ali atrás. Bebes também fazem isso.
            - Abraços de urso são maravilhosos, na medida certa, se for na altura deles dói de verdade.
            - Selfies sempre favorecem muito mais eles do que a mim.
            - Altura! 1,80 de altura com 102 cm de busto te tornam oficialmente um poste com apoio de cabeça. Quando não me abaixo pra cumprimentar, acontece de se deitarem neles como se fossem fofos travesseiros.
            Peitos são supervalorizados na sociedade! São bem legais, tem uma textura bacana (algo entre gelatina, saco de areia e travesseiro) e talz, mas não acho que valham tudo isso, como dá pra ver, tudo tem seu lado positivo e negativo.
            Hoje nós três nos damos super bem. Mas durante um período eu tinha vergonha da atenção que eles chamam. Mas acho tão injusto eu ser limitada por isso que decidi ignorar e assumir meus gêmeos!

Ligações mentais.

             Porque simplesmente algumas pessoas mudam sua vida, e você simplesmente nunca mais vai esquecer elas e na maioria das vezes ela nem se quer sabe que passam mais vezes na sua cabeça do que comercial de supermercado.
Nem precisam se coisas grandes. Por exemplo, Flora me falou uma vez o quão trágico pode ser um sutiã bege e hoje em dia toda vez que vejo uma alcinha roxa,azul ou verde lembro dela; também quando uma pessoa fala algo inesperadamente inteligente ou divertido e essa pessoa ganha imediatamente um + mental nas minhas contas de afeição, tipo The Sims.
Lembro da Carolina tornando coloquiais e cotidianas figuras de linguagem, tipo hiperbolizar coisas, ser um eufemista ou prosopopeiar tudo em volta (como eu faço, porque tenho problemas) , o que acabou se tornando uma das minha formas de definição preferidas. 
Às vezes é um comentário despretensioso que faz toda diferença pra sempre. Uma vez Evelyn disse que eu tenho uma boa energia, algo alegre que faz as pessoas quererem estar do meu lado, não sei porque cargas d`água eu acreditei nela e esse comentário sempre me fez bem e me dá confiança pra eu acreditar que sou legal. Ou a Rosi sempre repetindo que só vai fazer o que quer, porque só se vive uma vez. A Mariana, dizendo que nem tudo o que é bom é necessariamente bom pra mim. 
Outra coisa que também mudou minha vida: pessoas que me apresentaram coisas que eu adoro! Bianca e TBBT, a série, Renan e USQ, o site de tirinhas, Cyntia e HP, o livro que me levou a virar uma leitora, Elaine e o Pilates, Babi e Flora, com sugestões que não devo falar em público, Sylvia e a escalada, Antônio (um querido amigo virtual) e minha amada yoga ou o Panetone e a Acro... 
Toda essa galera realmente mudou minha vida. Pra melhor. Alguns desses não moram mais na minha vida, outros nunca moraram, todos fizeram um comentário bobo e rápido. Mas fazem diferença até hoje.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Mais uma lista. Dessa vez sobre coisas lindas e aterradoras.

           
Tempestades. Adoro ver a chuva torrencial lavando tudo, lavando as árvores e as almas, o dia e os prédios. Adoro ver o clarão dos raios, sentir o barulho vibrar no chão e no fundo do peito, autistar contando segundos entre a luz e o barulho.
Amor. Um grande amor manda a lógica ir passear. Preenche de tal forma os espaços na nossa vida, no nosso cotidiano, no nosso coração que não sobra nem um espacinho pra dúvida, pra tristeza, pra insegurança.
Maremotos; Tormenta; Mar revolto; Lindo de se ver, o barulho das ondas é impressionante, ver o quanto o mar tão lindo e acalentador de um dia e se transformar num turbilhão poderoso e destrutivo no outro. o jeito como o céu fecha, as ondas se armam, os ventos se esgoelam, parece que realmente existem deuses morando no oceano e no firmamento, e que eles não estão felizes.
Amor Platônico. É lindo, o alvo do nosso platonismo é sempre perfeito. Mas é atemorizante a ideia de chegar perto, conversar, e deixar, em algum momento transparecer tudo o que se passa por trás das palavras (não só das ditas). E, se por ventura, um beijo acontecer, aí então que todas as esperanças e expectativas se embaraçam e brincam de ginástica olímpica dentro do seu estômago.
Tatuagem. Cheia de significados, é linda, bela e diz o quanto a pessoa tem coragem (nem sempre consciente ou inteligente); mas faze-la é um auto flagelo, e é permanente, vai estar pra sempre presa a você te fazendo lembrar mil coisas, ela não vai se transformar junto com você ou mudar de lugar junto com sua pele, e mesmo assim não perde o encanto e o charme.
Família. Ter uma é, indiscutivelmente, bom; mas também dá trabalho e demanda tempo, vontade, paciência, empenho e muito amor. Participar de uma já e difícil. Criar uma então?! Deve ser muito punk. Ser responsável por um filho!
Grandes mudanças. Como num desenho animado (que é a forma básica de funcionamento da minha mente) vejo expectativas, planos e esperanças duelando com medos e inseguranças. Todos conjecturando em torno de mudanças expressivas. E ali no meio você está, ciente da responsabilidade e tomar suas decisões, certas ou não. E então, mesmo cheio de medo você avança, porque é assim que a vida é.
Liberdade é outro dos itens que admiro muito à distância, que me fascina e me amedronta.
E sabe qual o item que dá a coesão ao texto? A sensação de ser uma parte pequena dentro dessas coisas. São todas lindas, poderosas, atraentes e perigosas. Coisas que não controlamos plenamente. Apesar das consequências você quer entrar no meio do turbilhão de emoções e sentir o mundo vibrar. E mesmo sabendo o quanto pode dar errado a vontade é tamanha que nem consegui explicar!