Não me lembro do meu primeiro dia como escoteira. Não que
não tenha sido importante, mas porque eu só tinha 5 anos. Lembro sim das
sensações do meu primeiro acampamento, me senti útil, parte de um grupo e
feliz.
Também
não me lembro da minha promessa. Só da sensação de poder usar o uniforme. Da
minha vida de lobinha, foram outros momentos que ficaram gravados.
Eu era
da matilha branca. Lembro de mostrar orgulhosa um caderninho de boas ações pra
minha Akelá Claudenice, fazer fantoches, de chegar em casa contando tudo o que aprendi
numa excursão ao museu do índio, à um navio ou ao zoológico, uma trilha na
floresta da tijuca, da especialidade de confeiteiro, dos acampamentos de grupo,
quando eu via com admiração e medo os mais velhos, da especialidade de cultura indígena
que meu pai me ajudou a tirar, ou de como ele treinava comigo bola e peteca na
pracinha pra eu conseguir melhorar nos jogos. Lembro muito bem dos
acampagesfas, aniversários com bolo, dias só de música, de mamãe como parte do
grupo...
Gostava
das atividades externas, conjuntas com o quarto, de desfilar no sete de
setembro, lembro-me de um chefe bigodudo do quarto falando na ilha da boa
viajem, ou de um acantonamento no sétimo quando me arrumaram um namoradinho
Samuel que eu detestava.
Também me lembro do Mang, o morcego,
que roubou meu biscoito na inspeção da mochila e comeu sozinho ou dizia pra eu
me virar quando os mais velhos roubavam meu boné, não fiquei triste quando ele
saiu!
Aprendi
a respeitar os velhos lobos, ser boa e fazer tranças! Sei que perguntava coisas
ininterruptamente, amava brincar na lama, comer pão com geleia e escutar as
estórias. Lembro-me de como eu estava nervosa no meu cruzeiro do sul e como
passei semanas carregando e colorindo uma pasta de documentos. Já escutei
estórias de que fui eu que quebrei o totem da alcateia, mas não me lembro dessa
parte não!! Até hoje fazer o melhor possível e sempre tentar são idéias que vieram da alcateia e fazem parte do meu dia a dia.
Nessa
época minhas referencias dos mais velhos eram ótimas, tinha a menina de cabelos
bonitos, acho que era chefe sênior, um bigodudo de sorriso largo que sempre falava coisas legais e que acho que era o pai da Mell, e o tio do
biscoito, que anos depois descobri que era o Kobould. Tinha vários amiguinhos,
tipo Wagner, Estevão, Loany, Isabela, Laurinha, Diogo que cantava Ana Julia. Tive também outra akela, Eliane; sei que ela me deu um pijama do piu-piu no meu aniversário!
Não tinha amigos na escola, nem em outros lugares, só no escoteiro. Lá sempre me senti aceita e importante.
Não tinha amigos na escola, nem em outros lugares, só no escoteiro. Lá sempre me senti aceita e importante.
Quando
ia fazer onze anos e sair da alcateia pra cidade dos homens eu estava com tanto
medo que não queria de jeito nenhum passar. Então duas monitoras, Sthefanie e
Lívia, que eu sempre admirei e achava lindas e sagazes vieram falar comigo. Senti-me
tão importante e quase confiante que passei quase sem medo. Só me lembro de
um fogo de conselho onde pela primeira vez prestei atenção na letra da canção
da despedida e chorei. Comecei a frequentar o gesfa em 1994, entrei na alcatéia em 1995 e saí em 2001. Agora quando fui procurar fotos dessa época nao achei muitas, afinal nessa época não se tirava muitas fotos, mas todas que achei eu estava sorrindo. Por muito tempo
foi o ramo onde fui mais feliz. Nas fotos: excursão ao Navio em 96. meu primeiro acampamento em 95, minha promessa em 97, e meu cruzeiro do sul em 2000.
Um comentário:
Que bonitinha *-* hehe <3
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