terça-feira, 21 de abril de 2015

Um Clã de PioneirAs


                De novo, como na alcateia, eu tinha a sensação de estar vivendo um ramo plenamente. Tinha certa paz e felicidade nas atividades desse ramo. Amei, viajei, sorri, fui feliz e me senti amada, parte de uma família linda. Escutar o hino do clã sempre me emociona. Apesar de não comentar isso muitas vezes é, de longe, o melhor ramo que vivi como jovem.
                Estive com a Aimeé, entre idas e vindas, desde os onze, mas foi só no clã que ela se tornou uma irmã. Evelyn, que saiu da tropa sênior junto comigo, era minha amiga e confidente. Mellina um exemplo e um guia. David um cara admirável a quem eu tentava não decepcionar (o que não consegui 100%). Sempre admirei demais meus mestres. Em nenhum outro lugar o exemplo ensinou tanto! E o melhor, essas relações eram facilmente estendidas pra fora do movimento escoteiro.
                Como agentes do nosso próprio programa éramos uma bosta. Nunca fizemos grandes projetos de serviço. Mas enquanto participantes sempre refletimos e absorvemos a moral de toda estória. Sei que aprendemos e crescemos muito como cidadãos.
                Fizemos coisas boas, tipo o festival da clãção, fomos a algumas vigílias, fizemos o cp; Pela primeira vez fui a uma atividade nacional (o que é uma experiência pela qual todos devem passar). Fizemos o dia de escoteiro, que num ano particularmente bom deu super certo e trouxe pro grupo alguns jovens mais do que especiais, o que me deixa muito feliz pra dizer que agora eles são tão importantes e brilhantes no grupo porque um dia nós fizemos essa atividade! 
                A primeira festa junina do GESFA, que me orgulho muito de dizer que se hoje ela é tradição foi porque eu e meu clã de pioneiras fizemos a primeira e por muito tempo tive um carinho enorme por esse evento.
                Kobould e Dani viraram meus padrinhos, que gosto tanto de um jeito que ainda não sei demonstrar mas que até hoje moram no meu coração. Participei do natal dos adultos e das Indabas, me senti quase um adulto do GESFA! Fiquei nervosa da primeira vez que eles me viram bebendo! Oficialmente!
                Duas viagens são lindamente coloridas nas minhas recordações. Uma viagem pra Itatiaia que foi a melhor confraternização com amigos que já vi no GESFA ou em qualquer outro lugar. Todos juntos, com famílias, jogos, contato com a natureza, brincadeiras e um clima fraterno realmente como se fossemos uma família.
                E uma viagem só do clã pro Garrafão com a Neruska. Passeios, trilhas, cachoeiras, cachorro, cavalo, fogão a lenha, frio, vigília, conversas, reflexões, eu descobrindo que David cansado dorme igual a uma pedra... Falando assim não teve nada de especial, mas foi, e muito.
                Nunca foi servir o meu lema e meu foco nas atividades do clã e em coisa alguma. Eu amei verdadeiramente estar no meio de amigos. Poder conversar, ter alguém pra me fazer refletir. Não sei se da forma como o ramo se propõe, mas foi um lugar magicamente feliz onde tive um crescimento pessoal considerável. Onde comecei a acreditar em mim mesma pela primeira vez. Simplesmente porque uma pessoa que admiro muito acreditava em mim e me dizia que eu era boa e capaz. Na verdade não sei se eu conseguiria ajudar alguém ou servir; Mas considerando que eu usei meu tempo no clã pra crescer e fortalecer meu espírito, hoje posso dizer que cumpro o lema e sirvo, ainda de forma retardatária o objetivo se cumpriu.
                Tivemos depois de algum tempo alguns outros integrantes, tipo Estevão, Vitu, Will, Dimitri, Anne. Todos são queridos e importantes na minha vida até hoje, mas pra mim sempre foi um clã de pioneirAs.
                Quando ia partir do clã e tive medo de não ter mais meu clã como meus amigos; mas isso não aconteceu exatamente, sempre pude contar com conselhos e companhia, só não mais com a mesma frequência e intensidade. E isso doeu um pouquinho.

                E de repente fomos a um acampamento com o 35ºGE em Petrópolis e ali passei do clã pra chefia da tropa sênior. O ramo mais inusitado, mas que simplesmente me aceitou e me acolheu. Tentei ao máximo deixar meus mestres orgulhosos de terem me escolhido como chefe. E em meia atividade eu já estava imensamente, irremediavelmente e evidentemente apaixonada por cada um deles. (E são 3:32, chove e eu choro, porque eu devo ter sérios problemas com meus ductos...)



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